18 abril, 2007

Moral

Estava aqui me lembrando, nem sei bem por que motivo, de uma velha fábula sobre um passarinho que tremia de frio durante um inverno rigoroso. Um rapaz viu o sofrimento da pobre ave e teve uma idéia. Apanhou o passarinho e o colocou com cuidado num monte de bosta fresca de vaca que havia ali perto. Por estranho que pudesse parecer, era o único local onde o bichinho poderia se esquentar.

Ao sentir aquele calor gostoso, o passarinho ficou feliz da vida. Com o tempo, porém, o cheiro do cocô foi se tornando insuportável. E ele começou a piar, reclamando e reclamando.

O barulho atraiu a atenção de um gato, que imediatamente tirou o passarinho da merda. Ele limpou o bichinho e o devorou em seguida.

Dessa história se concluem três coisas: em primeiro lugar, nem todo mundo que deixa você na merda quer o seu mal. Por outro lado, nem todo mundo que tira você da merda quer o seu bem. E o mais importante: quem está na merda não pia.

3 comentários:

Anônimo disse...

É como eu dizia o outro: "Passarinho que acompanha João-de-Barro vira servente de pedreiro". Ou acaba na merda ou na boca do gato.

Já o Fausto quer o amor da flor de cactus! Eu já não se sei de tudo ou quase tudo, eu só sei de mim, de nós, de todo mundo...

beijo,

Sr. Lima

Marcelo disse...

O passarinho, então, fazia parte do Movimento de Excluídos e Reprimidos Digital e Analogicamente (M.E.R.D.A)?

dade amorim disse...

metáfora não muito cheirosa, mas sem dúvida verdadeira, do que acontece a quem fica entregue à própria sorte ou azar. :) abraço pra você.