Todo fim de semana é dia de trocar a frase que sublinha o nome deste blog aí no alto. Pode ser qualquer coisa: de um poema, um livro, uma canção. De um pára-choque de caminhão, um vizinho, um desconhecido, de mim mesmo.
Vinha deixando as frases soltas, ao sabor da interpretação de quem lesse, mas comecei a achar que era injusto com os autores. Resolvi: a partir de agora, passo a dizer de onde elas vêm.
A de hoje está na canção "Subúrbio", que abre o disco "Carioca", o mais recente do Chico Buarque (não por acaso, é também a música da semana, logo abaixo). A letra fala do Rio de Janeiro pela ótica de tudo que não é a decantada Zona Sul. Tudo que não é Ipanema, Leblon, praia, sol, cartão postal pra turista ver. É o Rio do subúrbio, da Zona Norte, é a Baixada Fluminense. Uma paisagem que Chico descreve de maneira tão precisa, em particular num verso tão simples quanto bonito, em que se refere ao mesmo tempo à quantidade de igrejas (pentecostais, principalmente) na região, à posição do Cristo Redentor e à ausência do poder público: "Lá tem Jesus/e está de costas".
Mas o trecho que usei lá em cima é outro. E cabe muito bem em tantos cenários mundo afora. Tão distantes da Cidade Maravilhosa quanto do bom senso.
06 agosto, 2006
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Um comentário:
Fausto, maravilhosa a sua escolha. Eu, como suburbana de quatro costados, também acho que o Chico, mais uma vez, foi muito feliz.
Aquele Abraço,
Helê
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