29 agosto, 2006
27 agosto, 2006
Umore mio
26 agosto, 2006
24 agosto, 2006
23 agosto, 2006
La sangre derramada
Dile a la luna que venga,
que no quiero ver la sangre
de Ignacio sobre la arena.
¡Que no quiero verla!
La luna de par en par,
caballo de nubes quietas,
y la plaza gris del sueño
con sauces en las barreras
¡Que no quiero verla¡
Que mi recuerdo se quema.
¡Avisad a los jazmines
con su blancura pequeña!
¡Que no quiero verla!
La vaca del viejo mundo
pasaba su triste lengua
sobre un hocico de sangres
derramadas en la arena,
y los toros de Guisando,
casi muerte y casi piedra,
mugieron como dos siglos
hartos de pisar la tierra.
No.
¡Que no quiero verla!
Por las gradas sube Ignacio
con toda su muerte a cuestas.
Buscaba el amanecer,
y el amanecer no era.
Busca su perfil seguro,
y el sueño lo desorienta.
Buscaba su hermoso cuerpo
y encontró su sangre abierta.
¡No me digáis que la vea!
No quiero sentir el chorro
cada vez con menos fuerza;
ese chorro que ilumina
los tendidos y se vuelca
sobre la pana y el cuero
de muchedumbre sedienta.
¡Quién me grita que me asome!
¡No me digáis que la vea!
No se cerraron sus ojos
cuando vio los cuernos cerca,
pero las madres terribles
levantaron la cabeza.
Y a través de las ganaderías,
hubo un aire de voces secretas
que gritaban a toros celestes,
mayorales de pálida niebla.
No hubo príncipe en Sevilla
que comparársele pueda,
ni espada como su espada,
ni corazón tan de veras.
Como un rio de leones
su maravillosa fuerza,
y como un torso de mármol
su dibujada prudencia.
Aire de Roma andaluza
le doraba la cabeza
donde su risa era un nardo
de sal y de inteligencia.
¡Qué gran torero en la plaza!
¡Qué gran serrano en la sierra!
¡Qué blando con las espigas!
¡Qué duro con las espuelas!
¡Qué tierno con el rocío!
¡Qué deslumbrante en la feria!
¡Qué tremendo con las últimas
banderillas de tiniebla!
Pero ya duerme sin fin.
Ya los musgos y la hierba
abren con dedos seguros
la flor de su calavera.
Y su sangre ya viene cantando:
cantando por marismas y praderas,
resbalando por cuernos ateridos
vacilando sin alma por la niebla,
tropezando con miles de pezuñas
como una larga, oscura, triste lengua,
para formar un charco de agonía
junto al Guadalquivir de las estrellas.
¡Oh blanco muro de España!
¡Oh negro toro de pena!
¡Oh sangre dura de Ignacio!
¡Oh ruiseñor de sus venas!
No.
¡Que no quiero verla!
Que no hay cáliz que la contenga,
que no hay golondrinas que se la beban,
no hay escarcha de luz que la enfríe,
no hay canto ni diluvio de azucenas,
no hay cristal que la cubra de plata.
No.
¡¡Yo no quiero verla!!
– Federico Garcia Lorca22 agosto, 2006
20 agosto, 2006
Umore mio
Embora o verso original diga "Descobri que minha arma é o que a memória guarda dos tempos da Panair", o recado sobrevive à Panair, à Varig e a qualquer coisa que ali se ponha. A arma é o que a memória guarda. E ponto final.
Ausências
"Eu quis falar das ausências, e não poderia utilizar outro elemento que não fosse tão nobre. Porque você não pode pensar que quem usa uma bicicleta seja um oligarca ou um militar. Quem usa uma bicicleta é um trabalhador ou é filho de um trabalhador".Traverso recorda que, durante o regime militar, os amigos que se exilavam deixavam sempre suas bicicletas penduradas nas garagens. E lembra uma história marcante que viveu.
Um dia, em 1976, devia encontrar-se com um companheiro da Juventude Peronista. Quando estavam os dois quase frente a frente, Traverso viu o colega abandonar sua bicicleta e seguir caminho, um código para indicar que havia perigo. Não se cumprimentaram, sequer se olharam. Logo em seguida, o companheiro foi seqüestrado, e permanece desaparecido até hoje. A bicicleta ficou lá, presa com cadeado.
Essa bicicleta vazia é a que todos nós deixamos. Eu também deixei a minha, na garagem de minha casa.Por isso Traverso se pôs a desenhar bicicletas pelas ruas. Traçou como meta criar 350 delas, pois esse era, segundo a Comissão Nacional sobre Pessoas Desaparecidas, o número estimado de homens e mulheres que haviam desaparecido na cidade durante a ditadura.
Ponho-as ali com a ilusão de que voltem para buscá-las.
17 agosto, 2006
16 agosto, 2006
Alfredo desempregado
Pois bem, acho que ele está muito perto de perder o emprego.
15 agosto, 2006
Que é isso, Che?!
Crédito: Agência EFE
Tisnar a honra? Então tá...
Mas eis que no dia 14 de agosto, ontem, o Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores resolve apresentar notícia-crime contra a Transparência Brasil. Por causa da campanha, vejam vocês. O PT alega que a organização "se excedeu". Transcrevo aqui do próprio site do partido:
O pedido destaca que o PT se baseou na "presunção da inocência", princípio constitucional brasileiro, para incluir "os nomes de deputados absolvidos por seus pares na sua chapa de candidatos a deputado federal". Segundo o pedido, assinado pelo presidente do PT de SP, Paulo Frateschi, a campanha encetada pela associação "acaba por tisnar a honra e a moral de seus candidatos". Para o presidente, a situação "inverte o princípio da presunção de inocência", pois, na lógica da campanha, "ter sobre si qualquer suspeita já significa ser culpado".Perfeitamente. Recorrer à Justiça também é pleno direito do PT. Só discordo. E lamento. Diante disso, fico com o que diz Claudio Weber Abramo, diretor executivo da Transparência Brasil:
Não há razão jurídica que impeça qualquer cidadão ou organização de pregar ao eleitor que evite votar neste ou naquele indivíduo por qualquer razão que seja, desde que verídica.É verídico que parlamentares foram indiciados na Justiça como réus em inquéritos relativos a escândalos como os do Mensalão, dos Sanguessugas, dos Gafanhotos e tantos outros.
Sendo verídico, nada há que nos impeça de instar o eleitor a evitar votar no gênero de indivíduo que se comporta de modo a dar motivos para sofrer indiciamento criminal.
13 agosto, 2006
Contra-informação
Só falta agora, já que virou blogueiro, aquele ilustre cidadão explicar por que há tantos blogs censurados em seu país.
12 agosto, 2006
Nunca é tarde
O autor da dupla, Bill Watterson, começou a publicar suas histórias em 1985. Foi assim durante dez anos, até Watterson decidir parar. Avesso à badalação e ao merchandising excessivo, preferiu não contaminar os personagens. Dizem que vive feliz. Não dá entrevistas, dedica-se à pintura e vive de forma simples e muito bem, obrigado.
A frase (ou melhor: o diálogo) que sublinha o nome deste blog durante os próximos dias é de uma tira de Calvin e Haroldo, e dedico especialmente ao Ina.
Nunca é tarde demais para conhecê-los.
09 agosto, 2006
Desce mais!
Um bar na região leste da China está oferecendo um novo serviço contra os estresses da vida moderna. Os clientes do Bar de Liberação de Raiva do Sol Nascente podem pagar para bater à vontade nos garçons. Além disso, é permitido quebrar copos e berrar no estabelecimento.Eu não digo que esse mundo anda cada vez mais estranho?
Legenda dos dias
Para o acaso das cousas... e, à saída,
Leva uma crença vaga, indefinida,
De achar o Ideal nalguma encruzilhada...
As horas morrem sobre as horas... Nada!
E ao Poente, o Homem, com a sombra recolhida
Volta, pensando: “Se o Ideal da Vida
Não veio hoje, virá na outra jornada...”
Ontem, hoje, amanhã, depois, e, assim,
Mais ele avança, mais distante é o fim,
Mais se afasta o horizonte pela esfera;
E a Vida passa... efêmera e vazia:
Um adiamento eterno que se espera,
Numa eterna esperança que se adia...
– Raul de Leoni
07 agosto, 2006
06 agosto, 2006
Subúrbio
Vinha deixando as frases soltas, ao sabor da interpretação de quem lesse, mas comecei a achar que era injusto com os autores. Resolvi: a partir de agora, passo a dizer de onde elas vêm.
A de hoje está na canção "Subúrbio", que abre o disco "Carioca", o mais recente do Chico Buarque (não por acaso, é também a música da semana, logo abaixo). A letra fala do Rio de Janeiro pela ótica de tudo que não é a decantada Zona Sul. Tudo que não é Ipanema, Leblon, praia, sol, cartão postal pra turista ver. É o Rio do subúrbio, da Zona Norte, é a Baixada Fluminense. Uma paisagem que Chico descreve de maneira tão precisa, em particular num verso tão simples quanto bonito, em que se refere ao mesmo tempo à quantidade de igrejas (pentecostais, principalmente) na região, à posição do Cristo Redentor e à ausência do poder público: "Lá tem Jesus/e está de costas".
Mas o trecho que usei lá em cima é outro. E cabe muito bem em tantos cenários mundo afora. Tão distantes da Cidade Maravilhosa quanto do bom senso.
04 agosto, 2006
Excelências
02 agosto, 2006
Pense nisso
A In-Q-Tel é uma corporação de capital de risco patrocinada pela CIA, a agência de espionagem/inteligência do governo norte-americano.
Existe capital da In-Q-Tel investido no Google Earth. Agora tire suas conclusões.